Que espécie é esta: aranha do género Steatoda?

A leitora Carolina Nunes encontrou esta aranha em Faralhão, Setúbal, a 12 de Maio e pediu ajuda na identificação. Pedro Sousa responde.

“Tenho, pelo menos, duas aranhas deste tipo nas portadas de casa e gostava de saber se as mesmas são inofensivas e qual a espécie a que pertencem. Reparei que uma delas criou uma espécie de ovo de seda na zona da teia mas que a teia é de formato, parece-me, regular”, escreveu a leitora à Wilder. 

Tratar-se-á de uma aranha do género Steatoda.

Espécie identificada e texto por: Pedro Sousa, investigador do CIBIO-InBIO (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos).

A aranha na foto não têm muita resolução. Pelo aspecto geral da aranha e da teia em que a aranha está parece-me que se trata de uma aranha do género Steatoda ou algum outro género semelhante da família Theridiidae.

Não sei se se trata de um animal pequeno ou de um animal que já não se alimenta há algum tempo, pois parece ter o abdómen contraído. Isso é algo que pode acontecer às aranhas e que não acontece com a maioria dos insetos que têm um exoesqueleto mais robusto em todo o corpo.

A Steatoda mais comum dentro de casa costuma ser Steatoda nobilis, que é uma espécie originaria  do Arquipélago da Madeira e/ou das Canárias, mas que se tem espalhado com a actividade humana por outras regiões.

Esta espécie é muito semelhante à Steatoda grossa e também pode ser confundida com Steatoda paykulliana, embora tenha um padrão abdominal mais marcado, mas que é difícil de observar quando o  opistossoma está muito contraído.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.