Que espécie é esta: aranha-dos-troncos-grande

O leitor João Franco encontrou esta aranha em Mafra, a 2 de Março, e pediu ajuda para saber qual a espécie. Sérgio Henriques responde.

Trata-se de uma aranha-dos-troncos-grande (Zoropsis spinimana).

Espécie identificada por: Sérgio Henriques, líder do grupo de especialistas em aranhas e escorpiões da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e especialista da Sociedade Zoológica de Londres.

Esta é uma espécie de aranha bastante grande para o tamanho médio da nossa aracnofauna e pode, por vezes, ser bastante colorida com tons laranja-ferrugem. 

É um animal grande, colorido e comum em casas.

Costuma ser mais avistada em garagens e barracões no Inverno, quando fica mais frio e as nossas infrastrutura são abrigos com muito bom aspecto para uma pobre criatura com frio.

Estas espécies são sobretudo nocturnas e passam grande parte do seu tempo num casulo de seda branca e macia, que se assemelha a algodão doce. Os seus abrigos e ninhos são normalmente feitos em cascas de árvore, escarpas rochosas ou debaixo de pedras. Mas um muro de pedra também faz um bom lar, e se não houver nenhum à mão, uma vedação de ferro com um portão ou also parecido também pode servir. São animais bastante adaptáveis.

Embora o seu tamanho lhe permita perfurar a pele humana (algo que poucas aranhas conseguem fazer), raramente o faz, e se for obrigada a isso, a sua mordedura não é perigosa.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.