Que espécie é esta: árvore-de-Júpiter

O leitor Daniel Ferraz fotografou esta árvore em Oliveira do Douro, Cinfães, a 10 de Agosto e pediu para saber a que espécie pertence. Carine Azevedo responde.

Trata-se da árvore-de-Júpiter (Lagerstroemia indica).

Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

A planta das fotografias é uma espécie da família Lythraceae, vulgarmente conhecida como árvore-de-Júpiter (Lagerstroemia indica), flor-de-merenda, murta-crepe, suspiros ou extremosa.

A árvore-de-Júpiter é uma espécie nativa da Ásia que foi introduzida em várias regiões do mundo, nomeadamente na Europa e América, pela beleza ornamental das suas flores em tons de rosa, vermelho, lilás ou branco, e onde facilmente encontrou boas condições para se desenvolver.

A árvore-de-Júpiter pode crescer como arbusto, ramificado desde a base ou como uma pequena árvore, atingindo até 8 metros de altura, raramente mais. 

A copa desta árvore é muito aberta e o tronco é liso e torcido, revestido de uma casca lisa, clara e maculada, muito decorativa. 

As folhas são caducas, oblongas e verde-acinzentado-escuro. Antes de caírem, no outono, assumem tons avermelhados.

A época de floração ocorre durante a primavera e o verão. 

As flores surgem em inflorescências alongadas e terminais e podem ter várias cores: vermelho, lilás, rosa ou branco. São simples ou dobradas, formadas por seis pétalas, no entanto pode haver flores com quatro a sete pétalas e por numerosos estames amarelos. 

O fruto é uma cápsula.

Esta espécie exótica encontra-se um pouco por todo o território nacional, em jardins, parques e outros espaços verdes. Pode ser plantada em vasos ou diretamente no solo, isoladamente ou em grupos e até em alinhamentos.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.