Que espécie é esta: balsamina

A leitora Maria Antónia Santos pediu a identificação de uma planta que apareceu no jardim de uma amiga em Parchal-Portimão a 2 de Janeiro. Carine Azevedo responde.

“Gostaria de poder identificar uma planta em Parchal-Portimão, que apareceu no jardim de uma amiga, data actual em jan/23”, escreveu a leitora à Wilder. 

Trata-se de uma balsamina (Aristolochia baetica).

Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

A planta trepadeira que surge nas fotografias é uma da família Aristolochiaceae, vulgarmente conhecida como balsamina (Aristolochia baetica).

É uma espécie nativa da Península Ibérica e do noroeste de África. Em Portugal é muito comum no Algarve.

Trata-se de uma planta com consistência herbácea ou por vezes lenhosa, trepadeira, com caules volúveis.

Possui folhas simples, inteiras, com forma cordada-arredondada, ou seja, com forma semelhante a um coração. As folhas têm uma cor azul-esverdeada e pecíolo longo.

A balsamina tem um período de floração longo, entre novembro e junho, sendo mais intensa na primavera.

As flores são hermafroditas e surgem solitárias. São de cor púrpura-escura, por vezes, acastanhada, exalam um cheiro intenso e são tipicamente em forma de saxofone. 

O fruto é uma cápsula globoso-ovóide, com septos muito finos na base, ligeiramente curvada para baixo.

Esta planta facilmente cresce sobre outros arbustos e paredes.

O processo de polinização desta e de outras plantas da mesma família é bastante curioso. O cheiro intenso libertado pelas flores atrai os polinizadores, maioritariamente moscas. Quando as moscas entram na flor, ficam “presas” pelos pêlos que cerca a “boca” da flor e aí permanecem durante horas, até que na manhã seguinte, os pêlos murcham e as moscas, agora cobertas de pólen, conseguem escapar e passar para outras flores e, assim, completar o ciclo de polinização.


Agora é a sua vez.

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