Que espécie é esta: beijos-de-frade

O leitor Jorge Loureiro fotografou esta flor na Mata da Machada, no Barreiro, a 8 de Janeiro e pediu ajuda na identificação. Carine Azevedo responde.

“Pequenas e isoladas neste inverno, com uma forma que nunca tinha visto, mas não sei o nome”, escreveu o leitor à Wilder.

Trata-se da espécie beijos-de-frade ou trevo-azedo-rosa (Oxalis purpurea). 

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

Trata-se de uma espécie exótica, nativa do Nativa do sul de África, vulgarmente conhecida como beijos-de-frade ou trevo-azedo-rosa (Oxalis purpurea). 

É uma pequena planta herbácea, da família Oxalidaceae, que forma pequenas rosetas ou montículos de folhas trifoliadas (semelhantes aos trevos) e verde-escuras.

As flores são formadas por cinco pétalas que se abrem como uma trombeta durante o dia e que se enrolam à noite. São geralmente rosadas a lilás e podem ser muito escuras e intensamente coloridas ou muito pálidas. A base das pétalas é amarelada.

A floração desta planta inicia-se ainda no final do outono, prolongando-se até à primavera, altura em a floração é mais intensa.

As flores de Oxalis purpurea são polinizadas predominantemente por abelhas e outros polinizadores generalistas. Os bolbos são frequentemente consumidos por roedores.

Em Portugal, esta espécie encontra-se listada no Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 de julho, classificada como espécie invasora.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.