Que espécie é esta: bicho-pau-indiano

A leitora Maria José Santos encontrou este insecto a 2 de Outubro em Póvoa de Penafirme e pediu para saber qual é a espécie. Sónia Ferreira responde.

“Moro no campo (Póvoa de Penafirme) e, por vezes, encontro nas paredes da minha casa este insecto, umas vezes escuro como o de hoje, outras claro, parecendo palhinhas de feno. Seria possível a identificação do mesmo? E é perigoso?”, perguntou a leitora à Wilder.

Trata-se de um bicho-pau-indiano (Carausius morosus).

Identificação e texto por: Sónia Ferreira, investigadora do CIBIO-InBIO e coordenadora do projecto Polinizadores de Portugal

Pelas antenas longas bem visíveis deve tratar-se da espécie exótica e partenogenética de bicho-pau que ocorre em Portugal, já conhecida em diversos locais. As nossas espécies têm antenas muito mais curtas.

A maior parte dos registos tem sido feita junto ao litoral e aos grandes centros urbanos. Provavelmente resultado de fugas de animais de estimação.

O bicho-pau-indiano é um animal que está mais activo de noite, quando se alimenta; durante o dia descansa, muitas vezes nas plantas das quais se alimenta.

As fêmeas podem chegar aos 100 milímetros de comprimento e ter tons dos esverdeados aos castanhos-escuros.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.