Que espécie é esta: boldo-de-jardim

A leitora Susana Leite fotografou esta flor em Sintra a 16 de Abril e quis saber a que espécie pertence. Carine Azevedo responde.

Trata-se de Boldo-de-jardim, também conhecido como Boldo-africano e Boldo-da-terra (Plectranthus barbatus). 

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

Originária do continente africano, esta espécie perene pertence à família Lamiaceae.

O Boldo-de-jardim possui porte arbustivo, podendo crescer até aos 2 metros de altura. 

O caule é semi-lenhoso a suculento, castanho-amarelado e tomentoso. As folhas são grossas, ligeiramente suculentas e tomentosas. A página superior da folha é verde-clara e a página inferior é mais pardacenta.

As flores surgem em inflorescências que podem atingir os 30 cm de comprimento, são de cor azul a violáceo e bilabiadas.

Esta planta tem um elevado interesse ornamental, sendo muito procurada pela sua rusticidade na instalação de jardins de pedra, cercas-vivas, em maciços ou de forma isolada por atrair muitos polinizadores.

Tem sido alvo de inúmeros estudos químicos e farmacológicos devido ao seu amplo espectro de uso pela medicina tradicional. Tem aplicações no tratamento de problemas digestivos e dor de estômago, no tratamento da dor de dente, distúrbios gengivais, problemas de pele, queda de cabelo, infecções de garganta, ouvido e olhos, reumatismo, dores musculares, entre outros.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.