Que espécie é esta: borboleta do género Euphydrias

A leitora Margarida Serra fotografou estas lagartas em Fevereiro no Rogil, Aljezur, e pediu para saber a espécie. Albano Soares responde.

“Todos os anos encontro estes ninhos de lagartas pretas junto a uma pequena ribeira que passa no terreno e em geral amontoadas nas silvas ou em pequenos arbustos”, contou a leitora à Wilder.

“Devem ser comuns nestes locais mas a minha preocupação é a possibilidade de serem urticantes ou venenosas pois alguns destes locais são de passagem para animais e pessoas.”

Trata-se de uma borboleta do género Euphydrias.

Espécie identificada e texto por: Albano Soares, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

São lagartas de Euphydrias, borboletas diurnas. Poderão até ser de Euphydrias desfontainii, uma borboleta que poderá ter proteção elevada (será protegida) no Livro vermelho dos invertebrados de Portugal Continental. Esta região é uma das poucas de Portugal onde existem populações desta espécie. Estas lagartas alimentam-se do cardo penteador (Dipsacus sp.)

Euphydrias desfontainii. Foto: www.invertebradosdehuesca.com/WikiCommons

Se forem das Euphydrias aurinia lembro que também são protegidas pela Directiva Habitats. Estas lagartas alimentam-se de madressilvas.

São de resto inofensivas. 


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.