Que espécie é esta: borboleta Proserpinus proserpina

A Wilder recebeu uma fotografia desta lagarta tirada por Elisabete Magalhães a 16 de Julho em Paredes de Coura. Albano Soares identifica qual a espécie.

Trata-se da borboleta nocturna Proserpinus proserpina.

Espécie identificada por: Albano Soares, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

Elisabete Magalhães teve a sorte de encontrar uma espécie de borboleta protegida por directivas europeias e uma das espécies alvo da Lista Vermelha dos Invertebrados de Portugal, que está a ser activamente procurada por entomólogos. Isto porque não há dados suficientes sobre esta borboleta no nosso país.

“Quem me dera ver essa espécie, ando atrás dela há anos”, disse à Wilder Albano Soares.

Segundo a Lista Vermelha, esta borboleta vive na Europa, Norte de África e Ásia. “Em Portugal, há registos dispersos pelas várias províncias do norte e centro do país, assim como Algarve e Alentejo.” 

Borboleta da espécie Proserpinus proserpina. Foto: Dzrtb35355/Wiki Commons

É uma borboleta que “ocorre em vários biótopos, preferindo meios solarengos, mas húmidos, como vales, margens de bosques, clareiras de florestas, frequentemente junto a cursos de água ou outras zonas húmidas com vegetação.”

“As fêmeas fazem as posturas de um ou mais ovos de cor verde brilhante na face inferior das folhas das plantas hospedeiras, junto das suas flores. As plantas hospedeiras preferidas são do género Epilobium, mas também surgem referências à utilização de Oenothera spp e Lythrum salicaria como alimento das lagartas.”

“Nos primeiros instares a lagarta tem uma coloração verde, mudando depois para castanho e com grandes ocelos muito típicos. A lagarta no último instar deixa-se cair ao solo onde constrói um buraco para desenvolver a pupa.”

“Tanto os machos como as fêmeas voam de noite, mas também de dia. São atraídos pela luz artificial. Os adultos voam de março a maio, enquanto que as lagartas podem ser vistas de maio a setembro.”


Agora é a sua vez

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.