Que espécie é esta: caracol-das-cervejarias

A leitora Rafaella Magalhães encontrou um caracol na Nazaré a 22 de Maio e pediu ajuda na identificação da espécie. Gonçalo Calado responde.

“Eu não entendo nada de caracol. Vivo neste mundo há quase 50 anos e não sei o que um caracol come, porque ele estava em cima desta flor? Fazia bem ou mal para ela? Eles vivem durante todo o ano? O caracol está na lista dos 10 animais preferidos do meu filho, que já tem 14 anos mas ainda até há pouco tempo fazia quase diariamente a lista dos animais preferidos. Então, vocês podem falar um pouquinho sobre os caracóis?”, escreveu a leitora à Wilder.

Trata-se do caracol-das-cervejarias (Theba pisana).

Espécie identificada por: Gonçalo Calado, professor da Universidade Lusófona.

Esta é uma espécie de caracol nativa do Mediterrâneo.

A sua casca, que mede até 30 milímetros, pode ser de vários tons, entre o branco e o amarelo, com marcas espirais castanhas ou acinzentadas.

É um caracol que vive em climas quentes e que se encontra em arbustos, ervas altas ou em árvores como a oliveira, a laranjeira e a romãzeira.

Segundo Gonçalo Calado, o caracol estava em cima da flor porque “é o seu habitat natural. Estes caracóis vivem em cima das plantas”. Por serem herbívoros, “é natural que comam as plantas”.

Estes caracóis vivem durante todo o ano. “São, regra geral, anuais.”


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.