Que espécie é esta: caracol do género Oestophora

A leitora Filomena Alcaide Ferreira fotografou este caracol a 21 de Novembro na Arrábida e pediu ajuda na identificação. Gonçalo Calado responde.

Trata-se de um caracol do género Oestophora.

Espécie identificada por: Gonçalo Calado, biólogo e investigador associado do Instituto Português de Malacologia (IPM).

Este é um caracol do género Oestophora. Na Arrábida ocorrem duas espécies: a Oestophora barbula e a Oestophora barbella que não são fáceis de distinguir.

Ambas estas espécies de caracóis terrestres são endémicas da Península Ibérica. 

Vivem entre as pedras e o solo, em zonas de muito mais humidade que as Xeroplexa (antes Candidula).

Estas duas espécies apenas se podem distinguir pelas características do seu sistema reprodutor, nomeadamente pelo epifalo maior do caracol Oestophora barbula, de acordo com um artigo científico publicado em 2012 na revista da Sociedade Espanhola de Malacologia (pelos investigadores David T. Holyoak e Geraldine A. Holyoak).

O caracol Oestophora barbula é um endemismo do Oeste e Centro de Portugal, enquanto o caracol Oestophora barbella tem uma distribuição muito mais vasta no Oeste da Península Ibérica, incluindo zonas da área ocupada pelo Oestophora barbula.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.