Que espécie é esta: caravela-portuguesa

A leitora Isabel Vaz fotografou esta espécie a 23 de Novembro na praia da Fonte da Telha, Almada, e quis saber qual o seu nome. A equipa do GelÀVista dá-lhe a identificação.

A espécie que observou é uma caravela-portuguesa (Physalia physalis).

Espécie identificada por: Equipa do GelAVista, do Grupo de Oceanografia e Plâncton do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Esta é a “tão conhecida e muitas vezes temida caravela-portuguesa”, explica a equipa do GelAVista. 

A caravela-portuguesa que a leitora encontrou é pequena mas já é adulta.

Esta espécie é constituída “por vários indivíduos simbióticos (zoóides), cada um com a sua função específica, que funcionam todos juntos como um único organismo”, descreve o GelAvista.

A caravela-portuguesa vive na superfície do mar graças ao seu flutuador em forma de “balão” de cor azul e, por vezes, tons lilás e rosa; os seus tentáculos podem chegar aos 30 metros de comprimento. 

Tartarugas marinhas e aves marinhas são os seus predadores naturais.

Outrora considerada uma espécie rara na costa portuguesa, a caravela-portuguesa é já uma espécie comum, segundo as informações obtidas pelo GelAVista. Desde 2016 que este programa tem estado a envolver os cidadãos na Ciência para a recolha de informação sobre a ocorrência ou inexistência de organismos de aspeto gelatinoso na costa portuguesa.

Actualmente ainda pouco se sabe sobre a biologia desta espécie. Mas sabe-se que estes gelatinosos poderão dar às praias por causa das correntes oceânicas e das condições das massas de água.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.


Saiba mais.

Conheça melhor o trabalho do GelAVista, um projecto de Ciência Cidadã do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) sobre os gelatinosos da costa portuguesa. E como pode participar no registo de espécies de organismos gelatinosos.

As suas observações são tão importantes no Inverno como no Verão. De acordo com o IPMA, basta enviar informação sobre o avistamento para o email do projecto, [email protected]. Neste, deve incluir dados sobre a data, local, número de organismos observados e ainda uma fotografia dos mesmos, sempre que for possível.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.