Que espécie é esta: cardo-sagrado ou alcachofra-selvagem

A leitora Ana Paula Castro fotografou esta planta na Serra de Aires e Candeeiros a 8 de Julho e pediu para saber a espécie. Carine Azevedo responde.

“Encontrei esta flor na Serra de Aires e Candeeiros em 8/07/2021. Será uma alcachofra selvagem?”, perguntou a leitora à Wilder. 

Trata-se de um cardo-sagrado ou alcachofra-selvagem (Leuzea conifera).

Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

Esta planta é conhecida como cardo sagrado, colher de pastor ou como alcachofra selvagem (Leuzea conifera). É uma espécie da família Asteraceae, nativa da região oeste e central do Mediterrâneo.

Em Portugal ocorre de forma descontínua nas regiões do centro e sul do país e pontualmente na região interior norte.

É uma espécie comum em zonas de matos esclerófitos, em ambientes secos e pedregosos.

O cardo sagrado é uma planta perene, com caules erectos, simples ou ramificados que pode crescer até 30 centímetros de altura. Tem folhas ovais, verde-acinzentadas, tomentosas na página inferior.

As flores proporcionam belíssimos arranjos florais nos campos e matas onde surgem. São pequenas e roxas, protegidas por pequenas brácteas convexas, coriáceas, da mesma cor, agrupadas em capítulos ovóides ou globosos. Depois de seca, a inflorescência parece uma pinha de papel da cor do feno, que se mantém na planta por muito tempo.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.


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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.