Que espécie é esta: cenoura-do-mar

O leitor Filipe Feio observou este animal a 4 de Junho no estuário do Sado, junto a Tróia, e pediu ajuda na identificação. Gonçalo Calado responde.

“No passado dia 4 de junho, o ser da imagem em anexo estava enterrado na areia do estuário do Sado, junto a Tróia, apenas com a parte mais fina (lado esquerdo da foto) de fora. O meu filho puxou e desenterrou o resto. Sabem dizer-me de que se trata?”, escreveu o leitor à Wilder.

Trata-se de uma cenoura-do-mar (Veretillum cynomorium).

Espécie identificada por: Gonçalo Calado, biólogo e professor da Universidade Lusófona.

As cenouras-do-mar são cnidários como as anémonas, os corais e as alforrecas. Pertencem à família Veretillidae.

Estes seres de cor laranja são bioluminescentes. Se lhes tocarmos à noite emitem luz.

As cenouras-do-mar vivem em águas costeiras pouco profundas, nos sedimentos arenosos das praias entre os 13 e os 200 metros de profundidade.

Ocorrem na região do Mediterrâneo, em países como Portugal, Espanha, França, Grécia e Turquia. São uma das espécies que vale a pena procurar, durante a maré baixa, em Tróia.

Esta espécie tem um estatuto de conservação de Pouco Preocupante, segundo a Lista vermelha da União Internacional da Conservação da Natureza (UICN).


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.