Foto: Duarte Varanda, Gonçalo Ares e André Castanheira

Que espécie é esta: cica

Duarte Varanda, Gonçalo Ares e André Castanheira pediram para confirmar de que espécie são três árvores fotografadas em Abril no Colégio Militar, em Carnide. Carine Azevedo responde.

Os três espécimes que surgem na fotografia são exemplares de cica (Cycas revoluta).

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

Foto: Duarte Varanda, Gonçalo Ares e André Castanheira

A cica é uma espécie da família Cycadaceae, nativa do Japão. 

Esta espécie possui um porte elegante e um crescimento muito lento, não atingindo mais do que dois metros de altura, embora em habitat natural existam alguns exemplares com cerca de cinco metros.

A cica é também conhecida como falsa-palmeira, pois é muitas vezes confundida com uma palmeira. No entanto, possui crescimento secundário (responsável pelo crescimento lateral), ao contrário da palmeira, cujo crescimento é feito apenas em altura.

Esta planta possui um caule grosso, colunar revestido de folhas compostas, rígidas, longas, brilhantes e de cor verde-amarelada.

A cica é uma espécie dióica (possui exemplares femininos e masculinos). As flores são nuas e surgem dispostas em cones. Os exemplares masculinos possuem cones erectos, com 50 a 60 cm de comprimento e os exemplares femininos possuem um cone arredondado. As sementes são do tamanho de uma noz.

É uma planta ornamental, bem adaptada a locais com sol pleno ou meia-sombra, solos pedregosos ou arenosos, com boa drenagem.

A Cycas revoluta é considerada um “fóssil vivo”, estimando-se a sua origem no início da era Mesozóica (200 milhões de anos).


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.