Que espécie é esta: cobra-de-ferradura

A leitora Maria Herminia Lopes encontrou esta cobra a 22 de Agosto em Mem Martins, Sintra, e pediu ajuda na identificação da espécie. José Carlos Brito responde.

“No dia 22 do corrente mês de agosto vi no meu quintal a cobra cuja imagem remeto em anexo. Qual a espécie?  Será perigosa? Tenho hera nas paredes da casa e fiquei com receio de deixar janelas abertas. Posso fazer alguma coisa para que elas aqui não apareçam?”, perguntou a leitora à Wilder.

Trata-se de uma cobra-de-ferradura (Hemorrhois hippocrepis).

Espécie identificada e texto por: José Carlos Brito, especialista em répteis no BIOPOLIS-CIBIO.

Trata-se de um sub-adulto de Cobra-de-ferradura (Hemorrhois hippocrepis), identificável pela presença no dorso de grandes manchas ovaladas e espaçadas.

É uma espécie completamente inofensiva e não-venenosa, daí não constituir qualquer tipo de ameaça.

Os adultos tendem a alimentar-se de ratos tendo por isso um papel bastante útil, contribuindo para a limitação de potenciais doenças transmissíveis aos seres humanos.

A probabilidade de a serpente entrar dentro de casa é reduzida, mas a instalação de uma rede é uma forma de poder manter as janelas abertas em segurança, impedindo ao mesmo tempo que mosquitos ou outros animais entrem.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.