Que espécie é esta: cobra-de-pernas

A leitora Cristina Gomes encontrou estes ovos de réptil em São Félix da Marinha, Vila Nova de Gaia, a 5 de Agosto, e pediu a identificação da espécie. Luís Ceríaco responde.

“Encontrei estes ovos na horta. Só me apercebi que eram ovos depois de abrir um! 🙁 Penso ser de licranço mas queria confirmar. Caso seja cobra, talvez seja melhor não deixar na horta…. Podem ajudar só com estas imagens?”

Tratar-se-á de uma cobra-de-pernas (Chalcides sp.).

Espécie identificada e texto por: Luís Ceríaco, especialista em répteis e investigador do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto.

“Parece-me ser um exemplar de “Cobra de pernas”, do género Chalcides. Apesar do nome comum, não são cobras, mas sim lagartos (família Scincidae). Há duas espécies em Portugal, a Chalcides striatus e a C. bedriagai. As duas espécies são muito parecidas e distinguem-se rapidamente pelo número de dedos – a primeira espécie tem três dedos, enquanto que a segunda tem cinco”, explicou o investigador.

Trata-se de uma espécie completamente inofensiva.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.


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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.