Que espécie é esta: congro ou safio

O leitor Tiago Cardoso pediu ajuda na identificação de um peixe que viu na Praia da Alburrica, Barreiro, em Maio. Mónica Albuquerque e Nuno Vasco Rodrigues respondem.

“Venho por este meio perguntar que espécie de peixe é esta que fotografei no Barreiro. Seguem em anexo as três fotos que tirei ao peixe morto com uma ferida na cabeça que encontrei há uns dias, ainda em Maio, na Praia da Alburrica. O meu pai, que estava comigo e com a minha mãe naquele momento, disse que esse peixe era um safio (Conger conger); acredito nele porque conhece muitas espécies de peixes, mas gostaria de confirmar junto de vocês se se trata de um safio ou de um peixe de outra espécie. Se não for um safio, qual é esta espécie de animal?”, perguntou o leitor à Wilder.

Trata-se de um congro ou safio (Conger conger).

Espécie identificada por: Mónica Albuquerque, assessora de Biodiversidade Marinha na Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), e confirmada por Nuno Vasco Rodrigues, fotógrafo de conservação e especialista em Peixes e autor do livro Peixes marinhos de Portugal.

“Confirmo. É um congro ou safio. Confirmado também com o Nuno Vasco Rodrigues”, disse Mónica Albuquerque.

Esta é uma espécie de corpo longo e sem escamas, parecida a uma enguia, e que pode medir mais de dois metros, segundo o MARE. Tem dorso negro ou cinzento e o ventre mais claro.

Vive no Atlântico Nordeste, na Madeira, nos Açores e no Mediterrâneo, em águas junto ao fundo. Pode viver a profundidades superiores aos mil metros.

Reproduz-se no Verão. Na fase juvenil ocorre mais perto da costa.

Aqui pode ver (ao minuto 2) um safio a caçar carapaus. As imagens, da EMEPC, foram captadas pelo ROV Luso.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.