Que espécie é esta: corço

O leitor Jorge Barbeitos fotografou este cervídeo perto do rio Gadanha, Monção, em Novembro e pediu ajuda na identificação da espécie. Francisco Álvares responde.

“Desde Monção envio estas fotos que tirei há alguns dias em Troporiz, perto do rio Gadanha”, escreveu o leitor à Wilder.

Trata-se de um corço (Capreolus capreolus).

Espécie identificada por: Francisco Álvares, investigador do CIBIO-InBIO, especializado em mamíferos carnívoros.

“É um lindo corço macho, sem qualquer dúvida!”, disse Francisco Álvares.

Segundo este investigador, o corço é uma espécie nativa de Portugal, com populações naturais que persistiram em pequenos núcleos a norte do rio Douro (serras da Peneda-Gerês, Alvão-Marão e Nogueira).

Desde a segunda metade do séc. XX, tem vindo a ocorrer uma expansão generalizada desta espécie, tanto em área de distribuição como em abundância, levando ao estabelecimento de novos núcleos populacionais, incluindo as regiões costeiras a norte de Viana do Castelo e as serras Beirãs, a sul do rio Douro.

Hoje, o corço ocorre de forma contínua em toda a metade norte de Portugal (excepto a região costeira a sul do Porto), com algumas populações introduzidas a sul do rio Tejo, que estão confinadas.

Desta forma, a distribuição atual do corço resulta não só da sua expansão natural, mas também de vários programas de reintrodução realizados, quer com fins cinegéticos, quer para aumentar a disponibilidade de presas silvestres para o lobo nas zonas de presença deste predador.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.