Que espécie é esta: dedos do diabo

A leitora Cristiana Bastos encontrou este fungo a 17 de Abril em Oliveira de Azeméis e pediu ajuda para saber qual a espécie. A associação Ecofungos responde. 

“Encontrei esta planta (?) no quintal dos meus pais, perto de Oliveira de Azeméis, no dia 17 de Abril. Podem ajudar-me a identificar?”, perguntou a leitora à Wilder.

Trata-se da espécie dedos do diabo (Clathrus archeri).

Espécie identificada e texto por: Ecofungos – Associação Micológica.

A espécie fotografada trata-se de uma Clathrus archeri (anteriormente Anthurus archeri). Nome comum em inglês – Devil ‘s fingers.

Esta espécie, à semelhança de outras (Phallus impudicus, Clathrus ruber e Mutinus caninus), são muito interessantes, uma vez que mimetizam a carne em putrefação, ao nível da cor e cheiro, para atrair insetos necrófagos.

Estes insectos, ao pousarem sobre os esporos liquefeitos (massa escura que se observa no topo do cogumelo), ajudam a efetuar a sua dispersão. 

A primeira fase de desenvolvimento deste cogumelo é efectuada num “ovo” gelatinoso que permanece na base do cogumelo e que lhe disponibiliza uma fonte de água nos períodos de escassez, permitindo prolongar a sua vida útil.

Apesar de não ser tão comum encontrar no nosso país, pode confundir-se, na fase mais jovem e na fase final de maturação, com a Clathrus ruber, chamada gaiola-de-bruxa.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.