Foto: Paulo Madeira Marques

Que espécie é esta: erva-vespa e orquídea-mosca

O leitor Paulo Madeira Marques pediu para saber qual a espécie de duas flores fotografadas em Santa Iria de Azóia. Carine Azevedo responde.

“Fotografei estas duas lindíssimas flores em Santa Iria de Azoia no início de Março. Conseguem identificar?”, perguntou Paulo Madeira Marques.

A orquídea que surge mais acima na fotografia é conhecida como erva-vespa (Ophrys lutea). Quanto à que aparece mais abaixo, trata-se de uma orquídea-mosca (Ophrys tenthredinifera).

Espécies identificadas e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

São orquídeas terrestres, selvagens e nativas em Portugal Continental, da família das Orchidaceae. 

Estas orquídeas assemelham-se a um insecto. Esta semelhança não é nada mais do que uma estratégia de atração para que as vespas macho pousem sobre a flor, que imita o dorso de uma vespa fêmea e assim posso transportar o pólen dessa orquídea para as outras.   

A orquídea de cima é conhecida como erva-vespa (Ophrys lutea). É uma planta nativa da região mediterrânica e das regiões atlânticas do sul da Europa. Esta pequena planta pode atingir entre 10 a 35 cm de altura. As flores desta orquídea são aveludadas, de cor verde e labelo amarelo, com uma grande mancha central no centro, de cor avermelhado-escura. Encontra-se agora em flor, prolongando-se a época de floração até início de maio, sensivelmente.

A orquídea que aparece abaixo é a orquídea-mosca (Ophrys tenthredinifera), uma espécie nativa de Portugal e da região mediterrânica. Pode atingir até 50 cm de altura. As flores são rosa com veios esverdeados e com labelo acastanhado. Encontra-se atualmente em flor, prolongando-se a sua floração até abril sensivelmente.

O labelo é a pétala central de tamanho e coloração diferentes das restantes, que imita o dorso de uma vespa fêmea.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.