Escaravelho. Foto: Prazeres/Wiki Commons

Que espécie é esta: escaravelho Typhaeus typhoeus

O leitor Miguel Matos fotografou este escaravelho na região de Palmela, distrito de Setúbal, e quis saber qual é a espécie. João Gonçalo Soutinho responde.

“Na sequência da vossa rubrica ‘Que espécie é esta?’, aproveito a oportunidade para poder esclarecer uma dúvida sobre um animal que encontrei no meu ‘refúgio selvagem’, na região de Palmela”, escreveu Miguel Matos.

“Gostaria que me conseguissem esclarecer e partilhar a beleza deste animal.”

 

Foto: Miguel Matos

 

Tudo indica que se trata de um macho de escaravelho Typhaeus typhoeus.

Espécie identificada por: João Gonçalo Soutinho, coordenador do VACALOURA.pt.

“A foto não é a melhor mas parece um macho de Typhoeus typhaeus“, disse o especialista.

Esta é uma espécie nativa de Portugal e ocorre em vários outros países da Europa. Pode chegar aos dois centímetros de comprimento e tem três “chifres” (dois maiores e um mais pequeno ao centro).

Alimenta-se de fezes de animais herbívoros, como o coelho-bravo.

Estes escaravelhos pretos e luzidios escavam túneis no solo onde põem os seus ovos. Quando os ovos passam a larvas, alimentam-nas com as fezes de herbívoros, que arrastam até aos seus abrigos subterrâneos usando as suas fortes patas da frente.

Os machos usam os seus “chifres” para defender a sua prole e o seu ninho.

Os adultos emergem no Outono.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.