Que espécie é esta: escorpião Buthus halius

A leitora Carla Santos encontrou este escorpião em Sanfins do Douro a 30 de Setembro e pediu ajuda na identificação. Pedro Sousa responde.

“O meu nome é Carla Santos e a 30/09/2022 encontrei em Sanfins do Douro, concelho de Alijó, distrito de Vila Real, este escorpião e gostaria que me ajudassem a identificar a espécie. É perigoso, venenoso?”, perguntou a leitora à Wilder.

Trata-se de um escorpião Buthus halius.

Espécie identificada e texto por: Pedro Sousa, investigador do CIBIO-InBIO (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos).

O escorpião é do género Buthus, como os outros que se conhecem em Portugal.

Já expliquei antes sobre as dificuldades de identificar as espécies descritas para Portugal, mas como foi apanhado a norte de Portugal é seguro dizer que se trata de um Buthus halius.

De qualquer forma, não há registos de diferenças no grau de venemosidade dos escorpiões em Portugal, ou mesmo na Península Ibérica.

O que se sabe é que a picada é bastante dolorosa e que se deve ter especial cuidado com os mais novos e mais idosos ou com pessoas de saúde fragilizada.

Nas zonas quentes do distrito de Vila Real podem existir elevadas densidades de escorpiões, já verifiquei isso no passado. Mas como são animais noturnos raramente são avistados pelas pessoas.

E pode acontecer que algum animal, à procura de comida ou de abrigo ao final da noite, entre num alpendre, ou até dentro de casa, se algum acesso estiver aberto.

O que posso recomendar é que a leitora mantenha a porta fechada ou pelo menos, que possa colocar um obstáculo com cerca de 10 cm de altura na zona da porta, para que os escorpiões não entrem durante o período do pôr do sol até ao nascer do sol, que é quando estão ativos. Pode também remover das proximidades das paredes da casa materiais onde os escorpiões se possam esconder durante o dia, como lenha ou pedras.

Para se sentir mais segura, pode também comprar uma lanterna de luz UV, de preferência com luz próxima dos 395nm (já quase no espectro da luz visível), pois essa luz torna os escorpiões muito mais fáceis de ver à noite, dado que brilham quando irradiados com esse tipo de luz (o seu exoesqueleto é fluorescente).

Os escorpiões alimentam-se de vários insectos e outros invertebrados e são por isso parte importante dos ecossistemas terrestres onde existem. Espero que a leitora possa aceitar isto e que permita que os escorpiões que existem nos terrenos à sua volta, suficientemente afastados de sua casa, aí continuem.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Equipa Wilder

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