Que espécie é esta: estrela-do-mar-pente

A leitora Vanda Gonçalves quis saber que espécie é esta que viu em Odeceixe a 21 de Agosto e pediu ajuda na identificação. Mónica Albuquerque responde.

“Chamo-me Vanda Gonçalves e tenho 54 anos. Sempre vivi na Zambujeira do Mar e todos os verões frequento a praia. Desde sempre marisquei e conheço quase todos os recantos da ‘minha’ costa. Tenho visto estrelas-do-mar de várias cores e tamanhos mas este ano encontrei uma espécie que nunca tinha visto. Esta encontrei-a no dia 21 de agosto no estuário da ribeira de Seixe, em Odeceixe. Nem sei se será habitual em Portugal… Gostaria de saber um pouco mais sobre ela”, escreveu a leitora à Wilder.

Trata-se de uma estrela-do-mar-pente (Astropecten aranciacus).

Espécie identificada e texto por: Mónica Albuquerque, assessora de Biodiversidade Marinha na Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC).

Também é conhecida como estrela-do-mar-escavadora ou estrela-do-mar da areia.

“Podemos encontrar esta espécie desde a zona intertidal até cerca dos 100 metros”, explicou Mónica Albuquerque.

“A estrela-do-mar-pente, com um diâmetro até aos 60 centímetros, é a maior da sua família. Os cinco braços bordeados por filas de espículas, fazem lembrar um pente”, segundo o site do Oceanário de Lisboa.

“A sua coloração pode variar entre o vermelho-alaranjado e o castanho claro. Encontra-se em fundos de areia, lama ou cascalho e é uma espécie de hábitos noturnos, que se alimenta, de forma voraz, de moluscos. Os espinhos dispostos em redor da boca permitem-lhe segurar as presas.”


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.