Que espécie é esta: falso-boldo

A leitora Fátima Amorim fotografou esta planta no seu jardim a 15 de Janeiro e pediu ajuda na identificação. Carine Azevedo responde.

“Podem-me dizer que planta é esta que tenho no meu jardim? Não sei como ela apareceu. Disseram-me que é parecida com uma planta que se chama boldo. E que se for, é uma planta medicinal. Como tenho receio em utilizar certas plantas, derivado ao estar a tomar anticoagulantes, e não conhecendo esta, vim questionar”, escreveu a leitora à Wilder.

Tratar-se-á do falso-boldo (Coleus barbatus sinónimo de Plectranthus barbatus), da família Lamiaceae.

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

Tudo indica que se trata de uma espécie do género Coleus, muito provavelmente o falso-boldo (Coleus barbatus sinónimo de Plectranthus barbatus), da família Lamiaceae.

Esta planta também pode ser conhecida como sete-dores, boldo-da-terra, boldo-de-jardim, tapete-de-oxalá, boldo-brasileiro, alumã, boldo-peludo, boldo-africano, boldo-do-reino ou malva-santa.

É uma espécie nativa das regiões tropicais de África, da China e da Índia e terá sido introduzida em várias partes do Globo, como planta ornamental e pelas propriedades medicinais que possui.

O falso-boldo é uma planta arbustiva perene, muito aromática e semi-suculenta. Possui caules e folhas felpudas e as flores crescem em inflorescências e são de um forte azul-arroxeado.

A infusão das folhas e flores desta planta são usadas no tratamento de distúrbios do fígado e da azia. Estimula a digestão e pode também atuar como analgésico.

Aconselha-se que deve consultar sempre um profissional de saúde, antes de utilizar esta ou qualquer outra planta para fins medicinais.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.