Que espécie é esta: fungo Inonotus hispidus

A leitora Ana Ramon encontrou este fungo a 30 de Junho em Santa Comba Dão e pediu ajuda para saber qual a espécie. A associação Ecofungos responde. 

“No dia 30 de Junho deste ano reparei mais uma vez nesta espécie de cogumelo muito duro, agarrado ao tronco de uma macieira. Todos os anos aparecem mas sempre agarrados aos troncos das macieiras mais velhas que eu arranco receando que estejam a prejudicar a árvore”, escreveu a leitora à Wilder.

“Dei-lhes o nome de ‘Cogumelos da Morte’ por aparecerem precisamente nas macieiras mais velhas e quase parece um sinal, indicando que a macieira está a chegar ao fim da sua vida. Gostaria de saber que tipo de cogumelo é e se realmente prejudica ou não as macieiras.”

Tratar-se-á do fungo Inonotus hispidus.

Espécie identificada e texto por: Ecofungos – Associação Micológica.

Pelas fotos que a leitora nos envia, julgo tratar-se de uma Inonotus hispidus. Efetivamente são espécies parasitas de várias espécies, incluindo macieiras.

Caracteriza-se por frutificar normalmente isolado, em consola, nos troncos dos seus hospedeiros, que podem variar entre as árvores de fruto e outras folhosas, como carvalhos.

As frutificações são consistentes/coriáceas mas numa primeira fase possuem um aspeto claro e esponjoso. Na maturação tornam-se mais coriáceas e adquirem, na parte superior, um tom acastanhado e pelos hirsutos.

A parte inferior da frutificação é constituída por tubos e poros cremes a castanhos (na fase mais avançada de maturação), por onde são dispersos os esporos. Após a morte do hospedeiro o fungo adquire um comportamento sapróbio (que ou o que depende de matéria orgânica em decomposição para se desenvolver).

Para evitar a dispersão de esporos na zona, aconselhamos a remoção das frutificações e a eliminação das árvores afetadas, após a sua morte.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.