Que espécie é esta: gafanhoto-do-Egipto

O leitor Miguel Franco encontrou este gafanhoto este mês e quis saber qual a espécie a que pertence e como o pode ajudar. Eva Monteiro responde.

“Encontrei este gafanhoto que estava há mais de um mês pendurado na portada. Por causa do frio, vento e chuva nestes dias, meti-o numa caixa de cartão. Este animal hiberna? Devo mante-lo na caixa até à primavera?”, perguntou o leitor à Wilder.

A espécie que observou é um gafanhoto-do-Egipto (Anacridium aegyptium).

Espécie identificada e texto por: Eva Monteiro, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

Trata-se do gafanhoto-do-egipto, a maior espécie de gafanhoto português, que se distingue pelo tamanho, olhos riscados e pronoto (zona atrás da cabeça) mais ou menos em forma de telhado.

É também um dos maiores gafanhotos europeus. Os machos adultos podem medir entre 30 e 56 milímetros e as fêmeas entre 46 e 70 milímetros. 

De facto, é uma espécie que hiberna no estado adulto, por isso está preparada para suportar o frio dos nossos invernos.

Mesmo assim, às vezes estes gafanhotos aproveitam as construções e proximidades humanas para se abrigarem.

O da foto deve ter agradecido o alojamento temporário na caixa de sapatos durante estes dias mais frios. Mas penso que será seguro, agora que o frio mais rigoroso já passou, voltar a colocá-lo no exterior, tendo o cuidado de o deixar ao abrigo de potenciais predadores.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.


Já que está aqui…

Apoie o projecto de jornalismo de natureza da Wilder com o calendário para 2021 dedicado às aves selvagens dos nossos jardins.

Com a ajuda das ilustrações de Marco Nunes Correia, poderá identificar as aves mais comuns nos jardins portugueses. O calendário Wilder de 2021 tem assinalados os dias mais importantes para a natureza e biodiversidade, em Portugal e no mundo. É impresso na vila da Benedita, no centro do país, em papel reciclado.

Marco Nunes Correia é ilustrador científico, especializado no desenho de aves. Tem em mãos dois guias de aves selvagens e é professor de desenho e ilustração.

O calendário pode ser encomendado aqui.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.