Que espécie é esta: gafanhoto do género Oedipoda

A leitora Inês Almeida encontrou este insecto nas Penhas Douradas a 27 de Agosto de 2019 e pediu ajuda para saber a espécie. Sílvia Pina responde.

“Todos os verões, quando ficamos na zona das Penhas Douradas, na Serra da Estrela, encontramos estes gafanhotos (esta foto é de 2019). Quase não se dá por eles mas, quando saltam, abrem asas azuis. Como se chamam?”, escreveu a leitora à Wilder.

Trata-se de um gafanhoto do género Oedipoda.

Espécie identificada e texto por: Sílvia Pina, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

Este ortóptero pertence ao género Oedipoda. Ocorrem três espécies em Portugal continental: O. caerulescens, O coerulea e O. charpentieri.

Todas as espécies apresentam asas posteriores de tom azulado e uma banda negra longitudinal. No entanto, a espécie O. charpentieiri também pode apresentar tom avermelhado. 

A espécie mais comum e bem distribuída é O. caerulescens.

Infelizmente não é possível dizer com certeza que espécie se trata. Teria de observar melhor as quilhas que estão presentes na parte dorsal do pronoto, a estrutura que está a seguir à cabeça. Além disso, estas três espécies ocorrem na Serra da Estrela.

As espécies deste género têm a capacidade de mimetizar os tons do meio onde ocorrem. Como se pode ver na foto, este exemplar é um autêntico mestre na camuflagem!


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.


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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.