Que espécie é esta: gato-bravo?

O leitor Ricardo Madeira Silva encontrou este animal na estrada para Aljustrel a 23 de Março e ficou na dúvida se seria um gato-bravo. Pedro Monterroso e Joaquim Pedro Ferreira respondem.

“Encontrei este gato morto na estrada para Aljustrel, vindo de Sta Margarida do Sado, pelas 12h45. Fiquei na dúvida se não seria um gato-bravo. Podem por favor esclarecer?”, escreveu o leitor à Wilder.

Neste caso não foi possível identificar a espécie.

Respostas por: Pedro Monterroso, do CIBIO InBIO – Centro de Pesquisa em Biodiversidade e Recursos Genéticos, ligado à Universidade do Porto, e Joaquim Pedro Ferreira, biólogo na Universidade de Aveiro.

“Pelas características externas diria que não é um gato bravo”, disse Pedro Monterroso. “As patas com extremidade branca, a falta de lista dorsal e o padrão lateral levam-me a crer que não será um gato bravo. Pelo menos não puro. No entanto, o padrão e morfologia da cauda são consistentes com gato bravo, indicando que eventualmente poderia ser um indivíduo com um ancestral da espécie selvagem. No entanto, tudo isto apenas poderia ser possível confirmar com uma analise genética de uma amostra do indivíduo.”

Joaquim Pedro Ferreira disse que é muito difícil uma identificação. Este animal encontrado pelo leitor “tem uma cauda grossa, os anéis devem estar separados (sendo gato-bravo). Não se percebe. Tem, no entanto, muitas manchas brancas e a cabeça não dá para perceber se é grande ou não. Mas pode ser um híbrido… É muito difícil ter dados fidedignos de gato-bravo e essa é uma das grandes dificuldades para se ter uma ideia real da sua distribuição e efectivo populacional”.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.