Que espécie é esta: grilo-de-sela-de Coruche

A leitora Natália Rodrigues encontrou este insecto em Madeiras, Praia do Ribatejo, a 7 de Julho e pediu ajuda para saber a espécie. Sílvia Pina responde.

“Instalei-me na minha propriedade há 13 anos. Na altura, devido à quantidade de químicos presente no solo, muita pouca coisa crescia. Praticante de agricultura sintrópica, aos poucos tenho transformado a propriedade numa pequena selva”, contou a leitora à Wilder.  

Trata-se de um grilo-de-sela-de-Coruche (Neocallicrania lusitanica).

Espécie identificada e texto por: Sílvia Pina, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

Este ortóptero é um grilo-de-sela-de-Coruche pertencente à espécie Neocallicrania lusitanica. Do género Neocallicrania é a espécie que ocorre no Ribatejo e Alto Alentejo. Os exemplares utilizados para descrever esta espécie foram coletados em Coruche, e por isso o nome comum.

O exemplar fotografado pela leitora é um adulto fêmea, percetível pelo longo ovipositor no fim do abdómen que serve para colocar ovos no solo.

As espécies deste género apresentam asas curtas, bastante escondidas pelo pronoto (a estrutura logo a seguir à cabeça). 


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.


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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.