Que espécie é esta: grilo-de-sela-de-perna-longa

A leitora Monica Rizzolli encontrou este grilo em Sines a 15 de Agosto e pediu ajuda para saber a espécie. Eva Monteiro responde.

“Esse indivíduo foi fotografado dia 15 de agosto de 2022, no Monte Bruel, em Sines”, escreveu a leitora à Wilder. 

Trata-se de um grilo-de-sela-de-perna-longa (Steropleurus pseudolus).

Espécie identificada e texto por: Eva Monteiro, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

É uma espécie endémica da Península Ibérica, mais abundante no sudoeste penínsular, onde vive, sobre arbustos e herbáceas altas, em áreas de montados e matagais abertos.

Os grilos-de-sela distinguem-se por terem grandes dimensões, pelo pronoto (zona atrás da cabeça) muito desenvolvido que lembra uma sela de montar e pelas tégminas (nome dado às anteriores endurecidas dos ortópteros) muito reduzidas e de forma arredondada.

São bons cantores. Produzem um canto metálico, que faz lembrar o som das cigarras, através da fricção das asas anteriores. Talvez por isso sejam também conhecidos por “cigarrinhas” em muitos locais do nosso país. No entanto, o tamanho das patas posteriores adaptadas ao salto e a boca mastigadora não deixam lugar a dúvidas: trata-se de um ortóptero.

O grilo-de-sela-de-perna-longa tem pernas e antenas particularmente longas em relação ao corpo.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.