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Que espécie é esta: grilo-de-sela

A leitora Judith Pires fotografou este “bicho que nunca tinha visto na vida” na Serra da Freita e quis saber qual a espécie a que pertence. Albano Soares dá-lhe a identificação.

 

“Desde que me lembro que faço caminhadas pela natureza – montanhismo, trekking – e já circulei por quase todas as Serras do nosso Portugal (ilhas incluindo)”, escreveu Judith Pires.

“Na Serra da Freita, perto da aldeia de Serabigões, dei com este bicho que nunca tinha visto na vida. Tinha cerca de cinco centímetros. Já me disseram poder ser um grilo. Sempre tive curiosidade de saber que animal é este.”

 

 

A espécie que observou é uma grilo-de-sela, do género Lluciapomaresius.

Espécie identificada por: Albano Soares, Rede de Estações da Biodiversidade, Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

A espécie retratada é um grilo-de-sela. “Existem algumas espécies deste género em Portugal, complicadas de separar por foto. Habitam matos e são omnívoros”.

“Os grilos-de-sela distinguem-se por terem grandes dimensões, pelo pronoto (zona atrás da cabeça) muito desenvolvido que lembra uma sela de montar e pelas tégminas (nome dado às anteriores endurecidas dos ortópteros) muito reduzidas e de forma arredondada”, explica Eva Monteiro também da Rede de Estações da Biodiversidade e do Tagis, quando identificou para a Wilder um outro grilo-de-sela, o grilo-de-sela-de-perna-longa.

“São bons cantores. Produzem um canto metálico, que faz lembrar o som das cigarras, através da fricção das asas anteriores.”

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.