Que espécie é esta: grou-pequeno

A leitora Margarida Correia fotografou estas aves a 21 de Outubro no Cabo Espichel e quis saber qual a espécie. Gonçalo Elias responde.

“Encontrei ontem no Cabo Espichel, no parque de estacionamento, estas duas magníficas aves pernaltas. Parecem-me garças. Estavam aparentemente a bicar e comer insetos mortos na parte frontal de um carro. Ao aproximar-me cautelosamente, não mostraram qualquer medo. Estive a um palmo deles e ainda por cima, um deles dirigiu-se a mim e fui eu que tive medo. Mas sem razão, pois eram muito calmos e pacíficos. Estavam anilhados com 2 anilhas cada uma, um deles tinha uma anilha a meio da pata e parecia que a incomodava, pois levantava a pata, a maior parte do tempo. Será que as conseguem identificar?”, escreveu a leitora à Wilder.

Tratam-se de grous-pequenos (Grus virgo).

Espécie identificada e texto por: Gonçalo Elias, responsável pelo portal Aves de Portugal.

São dois grous-pequenos Grus virgo. Trata-se de uma espécie nativa da Ásia.

Estes dois indivíduos são oriundos de cativeiro, como o comprovam as anilhas que têm nas patas.

Tanto quanto sei estas duas aves já andam pelo Cabo Espichel há alguns dias, pelo menos desde o dia 16 de Outubro.

Existem pelo menos duas observações anteriores desta espécie em Portugal, igualmente referentes a indivíduos oriundos de cativeiro: uma ave no estuário do Cávado em Novembro e Dezembro de 2004 e outra na Luz, Lagos, em Novembro de 2013.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.