Que espécie é esta: lagarta da borboleta Cerura iberica

A leitora Zelinda Santos encontrou esta lagarta no início do Verão em Lisboa há alguns anos e pediu para saber a espécie. Albano Soares responde.

“Por incrível que pareça esta foto foi tirada em plena Lisboa. Numa das minhas caminhadas de fim de tarde cruzei-me com este ser em plena Avenida de Roma, no asfalto e sem árvores por perto. A foto já tem uns anos e não sei exatamente a data em que a tirei mas julgo que terá sido no início do Verão. Era um bicho gorducho  e com uns 6 ou 7 cm de comprimento. Pareceu-me que também ele estava a fazer “uma caminhada” pela avenida”, escreveu a leitora à Wilder.

Trata-se da lagarta da borboleta nocturna Cerura iberica.

Espécie identificada por: Albano Soares, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

Esta é uma espécie de borboleta nocturna que, como o nome científico indica, é endémica Península Ibérica.

Borboleta em estado adulto. Foto: Isidro Martínez/WikiCommons

Pertence à família Notodontidae que, em Portugal, tem 25 espécies.

Estas curiosas lagartas alimentam-se de folhas de salgueiros e choupos.

As borboletas adultas costumam voar entre Abril e Julho.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.