Que espécie é esta: lagarta da borboleta Orgyia antiqua

A leitora Judite Augusto fotografou esta lagarta a 11 de Outubro de 2020 em Condeixa-a-Nova e pediu para saber a espécie. Eduardo Marabuto responde.

“Passeava no muro cá de casa! Condeixa a nova,  11 de outubro 2020”, escreveu a leitora à Wilder.

Trata-se da borboleta nocturna Orgyia antiqua.

Espécie identificada por: Eduardo Marabuto, entomólogo.

Esta é “a espécie do género mais dispersa em Portugal”, explica Eduardo Marabuto. “Na realidade, apenas é confundível com a Orgyia trigotephras que, contudo, tem uma distribuição mais restrita em Portugal e apenas tem uma geração anual, em que as lagartas apenas aparecem entre Março e Junho.”

Esta é uma lagarta de uma borboleta nocturna da família Erebidae.

As lagartas alimentam-se de folhas de várias espécies de árvores caducifólias. 

Mas atenção! Não tocar, estas lagartas são urticantes. 

Os machos adultos têm quatro asas castanhas de aspecto aveludado com um ponto branco junto à margem posterior de cada uma das asas anteriores. 

Adulto de Orgya antiqua. Foto: Jean-Pierre Hamon/WikiCommons

As fêmeas só parecem cabeça, tórax e abdómen, sem quaisquer vestígios de asas, a maior parte das vezes nem se quer se afastam do casulo, de onde libertam feromonas para atrair os machos para a cópula.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.