Que espécie é esta: lagarta da processionária-do-pinheiro

A leitora Sara Carvalho fotografou esta lagarta a 23 de Fevereiro de 2019 no Parque Natural da Serra da Estrela e quis saber qual a espécie a que pertence. Eduardo Marabuto responde.

“Encontrei esta lagarta na praia Fluvial de Loriga no Parque Natural da Serra da Estrela. Será lagarta do pinheiro?”, perguntou a leitora à Wilder.

Trata-se de uma lagarta da borboleta processionária-do-pinheiro (Thaumetopoea pityocampa).

Espécie identificada por: Eduardo Marabuto, entomólogo.

As fêmeas põem os ovos geralmente no topo das árvores. As larvas constroem os ninhos de seda nos ramos mais expostos ao sol, onde permanecem durante o dia e alimentam-se das folhas durante a noite, enfraquecendo assim as árvores, segundo a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

Quando estão preparadas para pupar, após o inverno, descem das árvores e formam carreiros típicos no solo – a chamada “procissão”, deslocando-se em fila indiana, agarradas umas às outras. É nesta altura que podem causar sérios problemas em termos de saúde pública e aos animais domésticos, devido ao pelos urticantes existentes no corpo.

As lagartas enterram-se assim no solo e, após a fase de pupa – que pode durar até 3 anos, emergem os adultos no verão. Estas são naturalmente controladas por predadores (pássaros e coleópteros), por parasitas (vespas solitárias e moscas) e doenças causadas por fungos, bactérias e vírus, enquanto que os adultos podem ser predados por morcegos.

Os adultos, já em forma de borboleta, são exclusivamente nocturnos, não vivem mais do que quatro dias e não se alimentam.

Embora não haja perigo a não que sejam tocadas é recomendável que se avisem os serviços da Câmara de Lisboa que têm meios para controlar estas lagartas.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.