Que espécie é esta: libélula-comum e joaninhas-de-16-pintas

A leitora Ana Ferreira fotografou esta libélula e estas joaninhas a 29 de Dezembro de 2021 no Paul do Boquilobo e pediu para saber de que espécies são. Albano Soares e José Manuel Grosso-Silva respondem.

“Peço ajuda na identificação dos indivíduos desta foto. Será uma libélula Ortetum dos ribeiros? E as joaninhas?”, perguntou a leitora à Wilder.

Trata-se de uma libélula-comum (Sympetrum striolatum) e de joaninhas-de-16-pintas (Tytthaspis sedecimpunctata).

Espécies identificadas por: Albano Soares, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal, e por José Manuel Grosso-Silva, responsável pelas colecções entomológicas do Museu de História Natural e da Ciência (Universidade do Porto).

A libélula “é uma libélula-comum (Sympetrum striolatum) fêmea, uma das poucas que é muitas vezes avistada no inverno”, explica Albano Soares. 

É uma espécie que emerge no fim da Primavera e final do Verão mas que só atinge a maturidade no fim do Verão e no Outono. É mais visível entre Outubro e Novembro. 

Os melhores locais para a observar são as águas paradas ou com pouca corrente. 

Na verdade, é uma presença assídua nos jardins das grandes cidades, podendo ser avistada praticamente todo o Inverno.

Quanto às joaninhas, são da espécie “Tytthaspis sedecimpunctata, a joaninha-de-16-pintas”, disse José Manuel Grosso-Silva. “Rico guarda-costas que arranjaram!”

Esta joaninha é uma espécie que pertence à família Coccinellidae. Pode formar grandes concentrações de indivíduos nos troncos das árvores ou em postes durante o Inverno.

É uma joaninha de pequena dimensão, medindo cerca de três milímetros. É de cor creme ou beige; por vezes as suas pintas escuras fundem-se umas nas outras, com três pintas a formar, frequentemente, uma espécie de linha nas zonas laterais da joaninha.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.