Que espécie é esta: linaria ou anserina

A leitora Milay Brás fotografou estas flores no passadiço da praia da Gelfa, Caminha, a 28 de Março e quis saber qual a espécie. Carine Azevedo responde.

“Gostaria de pedir ajuda para a identificação da seguinte planta que fotografei no passadiço da praia da Gelfa, freguesia de Âncora, concelho de Caminha, a 28 de Março de 2021, pelas 16h00”, escreveu a leitora à Wilder.

Trata-se de uma linaria ou anserina (Linaria supina).

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

A planta das fotografias é uma Linaria ou Anserina (Linaria supina). Da família Plantaginaceae, esta planta perene possui ramos procumbentes ou ascendentes que podem crescer até 40 cm de altura, geralmente simples ou ramificados.

As folhas são lineares, agudas, planas e ligeiramente revoltas. As flores surgem dispostas em inflorescências até 25 cm de comprimento, geralmente peludas. As pétalas são amarelas, por vezes amarelo esbranquiçado e esporão com veios violeta-castanho, púrpura ou acinzentado-esverdeado. O fruto é uma cápsula globosa, glabra ou com pelos.

Esta espécie está representada em Portugal Continental por duas subespécies: A Linaria supina subsp. maritima, espécie nativa do norte e noroeste da Península Ibérica e França. É uma planta endémica dos sistemas dunares da costa cantábrica e do sul de França. E a Linaria supina subsp. supina, espécie nativa do sudoeste da Europa.

Em Portugal pode encontrar-se de forma espontânea na Beira Litoral, no Douro Litoral e na Estremadura.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.