Que espécie é esta: lírio-fedorento

A leitora Dina Silva fotografou esta planta em Paderne, no início de Maio, e quis saber a que espécie pertence. Carine Azevedo responde.

Trata-se de um lírio-fedorento (Iris foetidissima).

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

É conhecida como lírio fedorento (Iris foetidissima), uma planta da família Iridadaceae. O seu nome comum e o restritivo específico foetidissima devem-se à particularidade das folhas que, quando esmagadas, libertam um odor bastante desagradável.

É uma espécie perene que se desenvolve a partir de um caule subterrâneo – o rizoma. As folhas surgem diretamente do rizoma, formando uma roseta basal, não se dando a formação de caules aéreos.

As folhas são longas e estreitas, de textura rija e apresentam uma cor verde escura e lustrosa. Da roseta basal formam-se as hastes florais, compostas por flores muito delicadas e pouco atrativas em comparação com outras espécies do género. As flores com cores muito suaves, em tons de amarelo, cinza e rosa-arroxeado surgem durante a primavera, nos meses de abril a junho.

É uma planta com distribuição nativa que se estende desde todo o oeste da Europa e pela região mediterrânica ocidental e central, incluindo o norte de África e alguns territórios da Macaronésia, excepto Cabo Verde.

Em Portugal é frequente um pouco por todo o continente, preferencialmente na faixa litoral, na orla de matagais, no sob coberto de bosques, olivais, sobreirais, azinhais e carvalhais e na margem de linhas de água. Tem preferência por locais húmidos, solos ricos em nutrientes e bem drenados e alguma exposição solar.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.