Que espécie é esta: louro-cerejo

O leitor Francisco Gonçalves fotografou esta árvore na praia fluvial da Oliveira, Póvoa de Lanhoso, a 4 de Setembro e pediu para saber a espécie. Carine Azevedo responde.

Trata-se de um louro-cerejo (Prunus laurocerasus).

Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

A árvore fotografada é um louro-cerejo (Prunus laurocerasus), da família Rosaceae.

É uma pequena árvore de folhagem persistente, introduzida em Portugal pelo seu interesse ornamental.

A distribuição natural desta espécie compreende a região sudeste da Europa, sendo oriunda da região dos Balcãs, estendendo-se pela Turquia e Irão.

A semelhança das folhas do louro-cerejo com as do loureiro-comum (Laurus nobilis) leva a que muitas vezes estas árvores sejam confundidas uma com a outra. 

No entanto, a distinção entre as duas é muito fácil:

O louro-cerejo possui racimos (conjunto de flores ou de frutos dispostos em cacho) mais curtos, raramente ultrapassando o tamanho das folhas. As folhas são largamente elípticas e quando trituradas cheiram a amêndoa amarga. As folhas do loureiro-comum são lanceoladas e libertam o odor típico do louro usado em culinária, quando esmagadas.

O louro-cerejo é uma planta ornamental muito comum em parques e jardins, no entanto é necessário ter algum cuidado com esta árvore. As flores e frutos desta espécie podem causar graves intoxicações se forem ingeridas, devido à presença de cianógeno, que por hidrólise produz ácido cianídrico. Esta substância é utilizada como aromatizante e no tratamento de infecções-bronco-pulmonares.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.