Que espécie é esta: milho-cozido

O leitor Luís Venâncio fotografou esta planta no rio de Alenquer a 25 de Agosto e pediu para saber a que espécie pertence. Carine Azevedo responde.

Trata-se de milho-cozido (Ageratina adenophora).

Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

Ageratina adenophora é uma planta da família Asteraceae, nativa da América Central, classificada, em Portugal Continental, como espécie invasora (listada no Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho).

É vulgarmente conhecida como abundância, inça-muito e milho-cozido.

Trata-se de uma planta herbácea ou subarbustiva, aromática, que pode crescer até cerca de dois metros de altura. É bastante ramificada desde a base e os seus caules são avermelhados quando jovens.

As folhas são triangulares a romboidais, densamente pubescentes, verde-escuras na página superior e violáceas na inferior. São longamente pecioladas e possuem margem serrada.

As flores são brancas e surgem reunidas em capítulos densos. A floração ocorre entre março e julho.

O fruto é do tipo cipsela, de cor preta, glabra, com cerca de dois milímetros de comprimento, composto por um papilho branco.

Esta planta desenvolve-se em áreas ripícolas, junto às margens de cursos de água e em ambientes ruderais.

Ageratina adenophora terá sido inicialmente introduzida como planta ornamental, no entanto, o seu rápido crescimento levou à formação de áreas densas impenetráveis, que impedem o desenvolvimento da vegetação nativa.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.