Que espécie é esta: mitra-episcopal

O leitor Paulo Pereira observou esta espécie a 29 de Dezembro numa praia do concelho de Mafra e pediu ajuda na identificação. Gonçalo Calado responde.

“Encontrei a concha de um gastrópode, que penso que seja da espécie Mitra mitra numa praia do concelho de Mafra. Gostaria que me confirmassem se de facto é mesmo desta espécie, porque pelo que percebi não é um gastrópode presente no Atlântico. Posso estar equivocado”, escreveu o leitor à Wilder.

Trata-se de uma mitra-episcopal (Mitra mitra).

Espécie identificada por: Gonçalo Calado, biólogo e professor da Universidade Lusófona.

“Sim, é uma Mitra mitra. É uma espécie do indo-pacífico mas muito utilizada em artesanato com conchas, às vezes à venda perto de praias. Deverá ter sido perdida”, explicou Gonçalo Calado.

Este molusco gastrópode, que pode medir até 18 centímetros de comprimento, tem uma concha com uma espiral alta, em torre, e é de tons brancos com manchas laranja ou avermelhadas.

Vive em águas tropicais pouco profundas e perto de recifes de coral e está mais activo durante a noite, quando se arrasta sobre a areia. Normalmente, durante o dia, estes moluscos estão enterrados na areia.

É uma das espécies mais conhecidas e populares na sua região.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.