Que espécie é esta: musaranho-de-dentes-vermelhos

A leitora Vanda Cardoso fotografou este animal em Sobral de Monte Agraço a 13 de Janeiro e quis saber qual a espécie a que pertence. Joaquim Tapisso responde.

 

O pequeno animal foi encontrado quando Vanda fazia uma caminhada na zona de Casais de Santo Quintino, em Sobral de Monte Agraço. “Estávamos a fazer uma caminhada perto da zona dos fortes quando encontrámos este animal no caminho. Parecia estar morto”, conta a leitora.

Apesar de “ser semelhante a um rato, no tamanho e na cor”, o que despertou a atenção de Vanda foi o seu “focinho bicudo”.

 

 

A espécie que observou é um musaranho-de-dentes-vermelhos (Sorex granarius).

Espécie identificada por: Joaquim Tapisso, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Vários elementos ajudaram a identificar a espécie, concretamente a forma do focinho, a ausência de orelhas pronunciadas e aquilo que parece ser uma fiada de pontos mais escuros na boca (os dentes vermelhos).

O musaranho-de-dentes-vermelhos pode medir cerca de seis centímetros de comprimento mais a cauda, com cerca de quatro centímetros. Pesa cerca de sete gramas e alimenta-se de escaravelhos, minhocas e aranhas.

Tem pelagem macia e acastanhada, olhos muito pequenos e dentes com extremidades vermelhas.

Portugal terá cinco espécies de musaranhos e esta que a Vanda Cardoso encontrou é um endemismo ibérico, ou seja, a sua distribuição mundial está limitada a algumas zonas de Portugal e de Espanha.

Actualmente não há informação suficiente para avaliar o risco de extinção da espécie e o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (2005) classifica-o com o estatuto de Informação Insuficiente.

 

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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.