Que espécie é esta: ouriço-da-areia

A leitora Sofia Martins fotografou este animal na Praia da Adiça, Almada, a 29 de Maio e quis saber qual a espécie. Dora Jesus responde.

Trata-se de um ouriço-da-areia (Echinocardium mediterraneum).

Espécie identificada e texto por: Dora Jesus, bióloga marinha da Universidade de Aveiro.

A espécie que aparece na fotografia é um dos vários ouriços da areia que temos no nosso país, é um Echinocardium mediterraneum.

Estes ouriços são equinodermes, parentes das estrelas do mar, pepinos do mar, das estrelas do mar quebradiças e dos lírios do mar. Pertencem ao grupo dos ouriços designados como irregulares (têm uma forma semelhante à do coração, sendo conhecidos em inglês por Heart urchins), porque a sua simetria pentaradial (dividida em 5 parte iguais) comum a todos os equinodermes não é evidente como acontece com os ouriços que encontramos nas poças de maré.

Como o nome comum indica, vivem enterrados na areia a cerca de 10 a 20 cm de profundidade, abrindo um pequeno furo para superfície da areia por onde fazem passar uns pequenos tubos essencialmente para manter um abastecimento contínuo de água fresca para os seus corpos e para a respiração.

Os seus espinhos são frágeis mas fortes, estão deitados ao longo do corpo e alinhados para a parte posterior do corpo. Servem para evitar que a areia colapse em cima deles, ajudando a criar uma “câmara de ar” ao seu redor.

Alimentam-se da matéria orgânica (plantas e animais) no sedimento, sendo o alimento transportado até à boca pelos pés ambulacrários que têm espalhados pelo corpo.

A sua cor com espinhos é amarelada-acastanhada, podendo ocorrer variações.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.