Que espécie é esta: papoila-da-Califórnia

O leitor Pedrosa Sinistro fotografou estas flores na zona de Recarei, Paredes, a 11 de Abril e quis saber a que espécie pertencem. Carine Azevedo responde.

“Encontrei esta flor na berma da autoestrada, na zona de Recarei. Parece uma papoila, mas gostava de confirmar. Gostava de saber se é comestível”, escreveu o leitor à Wilder.

Tratam-se de papoilas-da-Califórnia (Eschscholzia californica).

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

A planta das fotografias é uma papoila-da-califórnia (Eschscholzia californica), espécie da família Papaveraceae.

É uma espécie originária da América do Norte e parece revelar comportamento invasor em algumas regiões da Austrália, Chile, Argentina e África do Sul.

Esta espécie exótica terá sido introduzida em Portugal para fins ornamentais e rapidamente se naturalizou, surgindo já de forma espontânea em algumas regiões. 

É uma planta vivaz, ruderal que surge em bermas de caminhos, em taludes de estradas e em terrenos incultos próximos de zonas habitacionais.

Pode crescer até cerca de 60 cm de altura, possui uma folhagem glauca a azulada. As flores são solitárias, em hastes longas e as pétalas, em grupos de 4, variam entre o amarelo, o laranja e o vermelho. 

As folhas podem ser consumidas depois de cozinhadas ou usadas para decoração de alguns pratos. As sementes também têm aplicação culinária.

As flores são grandes produtoras de pólen. 

Desde 1903 é considerada a flor oficial do estado da Califórnia, daí o seu nome comum.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.