Que espécie é esta: planta do género Colchicum

A leitora Ana Durães fotografou estas flores a 1 de Outubro em Vila Nova de Cerveira e quis saber de que espécie se trata. Carine Azevedo responde.

“Envio fotos de uma flor que vi no miradouro com baloiço em Vila Nova Cerveira. Nunca tinha visto e fiquei maravilhada, pois é tão frágil, e ao mesmo tempo tão forte pois rompe num solo de quase pedra!!!!”, escreveu a leitora à Wilder.

Trata-se de uma espécie do género Colchicum.

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

A planta fotografada é uma espécie do género Colchicum, da família Colchicaceae. Este género está representado em Portugal por quatro espécies nativas: Colchicum montanumC. lusitanumC. multiflorum e o C. filifolium.

As plantas pertencentes a este género são bolbosas e relativamente pequenas, morfologicamente semelhantes ao açafrão (Crocus sp.), com o qual podem até partilhar o mesmo nome comum e por ambos os géneros botânicos possuírem colchicina.

As espécies presentes em Portugal florescem no outono. Cada bolbo dá origem a uma, raramente duas flores, que surgem ao nível do solo, maioritariamente antes do surgimento das folhas. As flores podem ser rosa, lilás, púrpura ou brancas.

Várias espécies do género são cultivadas como ornamentais.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.