Que espécie é esta: pútegas

A leitora Catarina Serrazina fotografou estas plantas na Serra dos Candeeiros a 4 de Abril e quis saber a que espécie pertencem. Carine Azevedo responde.

“Encontrei este conjunto de pequenas plantas (?) na Serra dos Candeeiros, perto da povoação de Chãos, em Alcobertas. A fotografia foi tirada no domingo, dia 4 de abril. Conhecem?”, escreveu a leitora à Wilder.

Tratam-se de pútegas ou coalhadas (Cytinus hypocistis).

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

São pútegas ou coalhadas (Cytinus hypocistis), espécie da família Cytinaceae.

Esta é uma espécie nativa da região mediterrânica e macaronésia. 

É uma planta vivaz que não produz clorofila, pelo que é parasita (depende totalmente de outras plantas hospedeiras).

Os caules floríferos da planta desenvolvem-se sobre as raízes de plantas da família das Cistaceae.

As folhas surgem em forma de escamas e apresentam cor amarela, laranja ou vermelha. 

Esta espécie pode encontrar-se em zonas de matos xerofílicos, pinhais e bosques abertos, onde ocorram espécies do género Cistus Halimium, da família das Cistaceae.

Os espécimes desta espécie passam muitas vezes despercebidos, sob a manta morta e as folhas secas, mas são visíveis durante a primavera.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.