Que espécie é esta: ralo-das-vinhas

A leitora Maria da Luz Figueiredo encontrou este insecto em Buarcos, Figueira da Foz, a 11 de Março e pediu ajuda para saber a espécie. José Manuel Grosso-Silva responde.

“Apareceram aqui na escola em Buarcos, Figueira da Foz, dois insetos desta espécie que intrigaram as crianças. Medem cerca de 7 cm e são relativamente pesados. Ainda estava vivo e conseguimos apanhá-lo com um copo e uma folha e libertá-lo no jardim. Sabem dizer de que espécie se trata? Será metamórfica?”, perguntou a leitora à Wilder.

Tratar-se-á de um ralo-das-vinhas (Gryllotalpa vineae).

Espécie identificada e texto por: José Manuel Grosso-Silva, responsável pelas colecções entomológicas do Museu de História Natural e da Ciência (Universidade do Porto).

É um ralo, provavelmente Gryllotalpa vineae.

São muito fáceis de ouvir mas normalmente difíceis de observar!

Estes animais são um exemplo espetacular de convergência evolutiva entre um grupo de insetos e um de mamíferos (as toupeiras) por adaptação ao mesmo tipo de vida subterrânea e deslocação em galerias escavadas pelos próprios.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.