Que espécie é esta: santolinha

A leitora Cristina Pinto fotografou esta planta que tem num vaso e quis saber a que espécie pertence. Carine Azevedo responde.

“Tenho esta planta em casa, num vaso que comprei e onde estava escrito que era rosmaninho. Não é nenhum dos dois tipos de rosmaninho que conheço (um que parece alecrim, outro que é uma lavanda). Podem ajudar-me a identificá-la, por favor?”, escreveu a leitora à Wilder.

Tratar-se-á de santolinha (Santolina chamaecyparissus).

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

As fotografias parecem ser de santolinha (Santolina chamaecyparissus), espécie arbustiva da família Asteraceae.

Esta planta, nativa do sul da Europa, é também conhecida como guarda-roupa, pequeno-limonete, roquete-dos-jardins, entre outros. 

Esta espécie pode ser vista um pouco por todo o território continental. Alguns autores apontam-na como uma espécie nativa em Portugal, no entanto outros identificam-na como espécie exótica que se terá naturalizado. 

Este arbusto perene forma pequenos tufos, arredondados e compactos, com ramagem muito densa que podem atingir entre 30 a 60 cm de altura e de diâmetro.

As folhas são cinzentas, muito divididas e aromáticas.

As flores são amarelo-ouro, delicadas e brilhantes e possuem um pedúnculo longo. Surgem agrupadas em inflorescências, em forma de capítulo. Florescem no verão, nos meses de junho e julho e são bastante aromáticas.

A santolinha é uma planta rica em propriedades medicinais. Sendo as suas folhas e flores usadas no tratamento de problemas digestivos, além de ajudarem no tratamento de feridas, como cicatrizante. Também possui propriedades anti-inflamatórias, relaxantes, sedativas e vermífugas.

Este pequeno arbusto é muito interessante do ponto de vista ornamental e também atua como repelente de insetos. As suas flores, por exemplo, são muito utilizadas em armários como o objetivo de afugentar as traças.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.