Que espécie é esta: sapo-corredor

O leitor João Cristóvão pediu ajuda na identificação desta árvore que fotografou no Crato a 18 de Abril de 2020. Rui Rebelo responde.

Trata-se de um sapo-corredor (Epidalea calamita, mas já teve o nome Bufo calamita).

Espécie identificada e texto por: Rui Rebelo, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

O sapo é um macho adulto de sapo corredor.

A principal característica deste sapo é correr! (daí o nome). É uma espécie relativamente abundante em zonas arenosas ou de solos soltos, como quase todos os terrenos aluviais da bacia do Tejo.

Outra característica impressionante são os olhos verdes. 

As fêmeas costumam ter um padrão dorsal mais contrastante do que os machos.

Esta espécie tem girinos muito pequenos e “aposta” em produzir um número enorme de ovos (até 4.000), que se desenvolvem depressa. Os girinos metamorfoseiam-se em 2 meses (ou ainda menos), passando para terra como sapinhos muito pequenos (menos de 1 cm de comprimento).

O que acontece a seguir com estes sapinhos (que podem ser confundidos com aranhas ou pequenos insectos) até chegarem a adultos é totalmente desconhecido. Nomeadamente se são, ou não, sensíveis a poluentes.

É uma espécie nativa e presente em praticamente todo o território continental.

Em Portugal esta espécie não está ameaçada, mas no norte da Europa está e até há programas de conservação específicos para ela em Inglaterra.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.